segunda-feira, 8 de setembro de 2014

As dores e delícias de ser o que se é...

Há cerca de três anos tenho lido sobre Minimalismo e tentado aplicar seus preceitos em minha vida, pois me identifiquei plenamente com eles. Resumo minha compreensão do Minimalismo como: fazer escolhas de vida, focando no essencial e eliminando o que não me acrescenta ou não me traz paz. Como resultados, entre tantos, geralmente os textos sobre o assunto ressaltam: mais tempo sobrando e estar sem dívidas financeiras.. E assim tem sido minha vida.

Para quem me conhece, o essencial para mim é algo óbvio: qualidade de vida para eu e meu filho, livros, estar perto de meus afetos, liberdade para gerir meu tempo, as viagens... Estou satisfeita com o tamanho do imóvel onde moro e mantenho ali só que amo, me faz feliz e utilizo. Talvez eu tenha desejado (atualmente) que esse imóvel estivesse em outro local, longe da violência e do trânsito caótico das metrópoles, mas como meu trabalho ainda é nessa metrópole, e fiz a opção de morar perto de minha família, meu atual imóvel ainda me atende perfeitamente bem.Não valorizo roupas de marca, não fico grilada com meu peso (mas sim, estou sempre atenta à minha saúde!), não invisto em relações que nada me acrescentam (no geral sou introspectiva e valorizo qualidade nas relações do que quantidade e tenho ótimos amigos com quem me relaciono há muitos anos), não tenho carro... Não deixei de consumir, mas opto mais por um consumo discreto, que tem haver com meus gostos: não quero ostentar. 

Sinto-me satisfeita com minhas escolhas e estilo de vida!

Mas ainda preciso trabalhar minha paciência frente às outras pessoas, que não entendem esse meu estilo de vida, e estão sempre tentando me pressionar a: mudar, me render ao consumo ostensivo, parar de viajar para  comprar terrenos ou carros,  não gastar tanto com livros, trabalhar mais para ganhar mais...Pelo menos já tenho conseguido não retrucar mais, a ouvir em silêncio e continuar a seguir meus propósitos. Porém, hoje eu quis escrever sobre isso, pois sei que não estou sozinha nesse barco, e também porque sou humana e há momentos em que me sinto cansada de ouvir sempre as mesmas críticas e opiniões.

Desabafo feito, hora de voltar para as delícias de minha vida simples e, no geral, serena. 

4 comentários:

  1. Olá!
    Cheguei ao seu blog através do grupo Vida Minimalista!
    Estamos juntas nisso tudo!

    O mais engraçado do fato de viajar é que as mesmas pessoas que não entendem como viajamos tanto são as que mais gastam com bens de consumo...!

    Vou segui-la a partir de agora!
    Abraços!

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  2. Lu,

    Também não sou consumista e fujo de modismos. Cansei de entrar em lojas onde me empurravam peças ridículas e, quando eu não gostava, o argumento era "mas está super na moda!".

    Não sigo o que a maioria faz. Minha casa é diferente, minhas roupas são diferentes, não assisto novela.

    Recentemente também conheci esse conceito do Minimalismo e me encantei com ele. As pessoas acham que é pão-durice, mas a gente pode ter coisas de qualidade excelente, porém sem exagerar na quantidade.

    Também percebi o espanto das pessoas quando souberam que não usei um dia sequer das minhas férias para comprar nos outlets americanos (que pareciam estar sendo saqueados por brasileiros, que horror!).

    Hoje, com a minha idade e por tudo que passei, não me importo em ser "diferente" pois estou segura das minhas escolhas. Quero passar isso para o meu filho também. Essas diferenças já estão começando a aparecer na escola, cada um com seus valores. Na idade dele não é tão fácil, porque queremos fazer parte de um grupo, receber a aceitação dos outros. Como o seu filho lida com isso?

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    1. Oi Debora,

      Meu filho lida bem com o fato de ser diferente; ele ja disse-me uma vez que eu o ensinei que "ninguém é igual a ninguèm". Ele não é consumista, não é ligada a grifes, mas está sempre antenado com as novidades dos jogos de computador que ele gosta de jogar. Mas isso não que dizer que seja sempre fácil, pois ele já sofreu bulling na escola, de colegas e até de profissionais da insitituição na época. Numa conversa com uma supervisora, no passado, quando percebi que ela se incomodava com qualquer coisa que não se encaixava no tradicional, tive que ser clara ao dizer que ser como a maioria, estar na "média", poderia significar também algo "mediocre" e que tudo que foge desse conceito de mediano tende a chamar a atenção e incomodar, e que a escola esforçava-se para encaixar todos os alunos nesse limiar. Com certeza ela não gostou do que ouvir, mas ao menos não me chamou na escola novamente para questionar coisas absurdas... Atualmente recebi elogios na escola do meu filho, sobre ele "ter uma excelente visão do mundo", ser "culto" e gentil. Para mim esses são os melhores elogios que ele poderia receber e daí fico mais certa ainda que estamos no caminho certo, mesmo com todas as pedras desse caminho.

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    2. Mostrei a sua resposta para o meu marido e ele concordou 100%. As escolas, em geral, gostam mesmo desses alunos "medianos", que se encaixam em um determinado perfil e não dão trabalho. O interessante é que são exatamente as crianças que estão nos dois extremos que têm mais chances de fazer alguma coisa incrível na vida, pois saem do lugar-comum, arriscam, questionam.
      Segunda-feira temos reunião na escola... meu marido é a favor de mudar. Estamos nesta fase onde parece que somos peixes fora d'água e não sei se essa escola vai saber lidar com a situação do jeito que gostaríamos. Vamos ver. Depois conto como foi!

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