Gosto de fazer aniversários, mas há agostos em que o período que antecede o meu passar de anos parecem ser "carregados", um tanto quanto sombrios, como se eu tivesse mesmo que mostrar minha força e toda minha resiliência para realmente merecer uma nova primavera.
E nesse ano tem sido assim. Questões de manutenção do ambiente doméstico, minha saúde, relações que pareciam serenas...pequenas coisas que se tornaram grandes e hoje particulamente me sinto absolutamente cansada, querendo dormir um sono de dias e acordar num meu mundo melhor, mais leve e claro.
Tudo passa e esse meu cansaço (e tristeza) irão passar também. Mas hoje quero me permitir chorar pelo o que podia ter sido e não mais será, pelo o que foi e já não é mais e pelo o que é agora fugidio e incompreensível.
Queria dormir numa concha, ser levada para novos mares. Ouvir canto de sereias e ter um papo sério com Posseidon. Montar, depois, em cavalos marinhos e ser resgatada por uma rede que me confortasse. E acordar sem qualquer vestígio de inferno astral, pronta para esquecer esse frio, receber os gestos cálidos, que sei que mereço, e colher as flores da minha primavera.
Eu e essa minha mania de querer...