Mudei de local de trabalho recentemente e, por isso, voltei a atender famílias onde há situação de violação de direitos. Por ocasição dessa mudança, comecei a ler o livro (empréstimo de uma amiga querida) "A Distancia entre Nós", de Thrity Urimtar (Editora Nova Fronteira), que retrata com maestria as diferenças sociais vividas na Índia (e qualquer semelhança com as diferenças no Brasil não é mera coincidencia). Tem sido um acaso feliz que a literatura do meu momento esteja tão relacionada ao tipo de problemas que encontro no trabalho: famílias fragilizadas, paupérrimas ou não, com feridas e dores várias, mas, ainda assim, capazes de se reerguerem, construirem novas histórias e trilhas, se tornarem fenix e serem amáveis, apesar de tudo.
Eis um trecho do livro:
"Equilibrando-se com dificuldade nas pedras, sentindo a água que subia lambendo seus pés, a mulher levantou o rosto para o céu negro procurando uma resposta (...). Poderia subir de novo pelas pedras e pelo muro de cimento e reingressar no mundo, participar de novo do ritmo louco, pulsante e imprevisível da cidade. Ou poderia entrar no mar à sua espera e deixar que ele a seduzisse e a envolvesse com seus sussurros íntimos.
Olhou de novo para o céu procurando um resposta. Mas a única coisa que conseguia ouvir era as batidas habituais de seu coração submisso...".
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
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