terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Brindemos a 2010

Só posso agradecer pelo meu 2009. Nunca vivi tempos tão serenos!!!!!!!! Brindemos ao novo ano, que ele venha doce, leve e contente.

Compartilho palavras de Drummond:


"Receita de Ano Novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre".

sábado, 26 de dezembro de 2009

Sobras natalinas

A rabanada não sobrou. O pernil também não, mas o peru rendeu uma farofa hoje, feita por minha mãe e irmã. Daqui a pouco vou comer um pouco do pavê que também sobrou. Para além da ceia, saboreamos os comes e bebes que sobraram dias depois e eu adoro isso, pois parece que assim estico a noite de Natal. E o melhor ainda é o tal do espírito natalino, que também sobra para além da ceia, e nos faz ter contato com amigos que não dão notícias há tempos ou saber mais ainda dos que nem estão ausentes, nos fazendo sentir cercados de carinho e boas vibrações... Sobras assim são sempre bem vindas.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Felicíssimo Natal!!!!!!!!!!!!!!!!!



O Natal está no ar, nos gestos, nas emoções... Sinto todos mais sensíveis, mais generosos, mais amistosos. Ótima vibrações!
Adoro a decoração da Natal, as comidas natalinas, as luzes, os embrulhos,o espírito cristão, imaginar a neve no hemisfério norte, sentir o calor abaixo da linha do Equador, os abraços, os cartões, os presentes, os encontros, os telefonemas...Natal é estar mais perto!
E Natal é desejar o melhor para o próximo, por isso escrevo aqui para que minhas palavras reflitam meu carinho, meu abraços, minha torcida pela felicidadade, paz e dádivas para os que estimo.
Estou escutando um "ho, ho, ho...", você não?



quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

As coisas boas da vida

Hoje saí para comprar presentes, e não eram natalinos! Tenho dois casamento para ir nesse fim de semana, de amigas muito especiais. Aproveitei para namorar ítens para minha casa nova, sentir os aromas da L'occitane, folhear lançamentos de livros, tomar sorvete e voltar para casa cheia de idéias e com sacolas com compras - apenas para os outros, resisti! Fico sempre sensível quando compartilho momentos especiais junto a amigos, e ver casais que acompanho o namoro há anos juntando os panos e outras coisas mais me deixa particularmente feliz.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Então? Ainda sobre o Natal e o tempo...

Ligo para um amigo querido perguntando se ele já havia operado (na minha cabeça, eu estava ligando perto do dia agendado para a cirurgia, conforme ele tinha me avisado há alguns dias). Ele responde:
-Sim, amiga, há dez dias...
Definitivamente, minha noção de tempo está mesmo alterada. Mas não é algo que me incomode, pois me sinto bem, serena, sentindo que levo minha vida de forma mais leve. Porém, quando a gente muda, isso causa estranhamento nos outros. A questão é que estou gastando mais tempo em menos coisas, correndo menos. Algumas pessoas se queixam que não tenho enviado tantos e-mails, que não compartilho mais meus poemas. Escrever, até os escrevo, mas geralmente o faço com lápis e papel e depois não me organizo para vir ao computador transcrevê-los. E, por hora, estou gostando mais de ver DVDs (estou com um monte aqui de seriados de TV) e colocando minha "literatura" em dia, o que me faz ficar menos na internet.

Mas estar menos na internet e confundir o dia da cirurgia de um amigo não significa que me importo menos com os que estimo. Daí fiquei pensando nas formas que temos para demonstrar carinho. Como estamos em clima natalino, proponho uma forma diferente de presentearmos uns outros. Por que não cobramos menos e doamos mais - mais tempo para nossos familiares, mais palavras para os amigos, mais convites para um café na tarde, mais sorrisos para nossos colegas de trabalho? Por que não ressaltarmos mais os atributos dos que no cercam do que suas falhas ? Por que não voltarmos a atenção para os prazeres simples?
Então proponho uma enquete aqui:

Enquete do bem: Que presente você poderia dar a um amigo e que não precisa ser comprado numa loja?

Quem quiser, deixe aqui sua idéia (seja sobre presentes materiais ou não materias) em forma de comentário.

PS: Essa guirlanda da foto aqui postada mostra um jeito de reciclar e dar um presente que não precisa ser comprado numa loja...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

É Natal?



Meu tempo interno, psicológico não acompanhou o tempo cronológico: ainda não estou em clima natalino (mesmo faltando apenas 14 dias para o Natal!). Internamente, me sinto no primeiro semestre do ano, como seu eu não tivesse feito aniversário e faltasse muito ainda para eu fazer e o ano terminar. Mas o tempo foi mais rápido que minha cronologia íntima, então me assusto com as decorações de Natal e com todo o movimento do comércio e das ruas. Pelo menos já comprei os presentes que eu deveria comprar, ufa!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Comprando um livro pela capa!




Não resisti: essa edição especial de Alice no País das Maravilhas, da Editora Cosacnaify, tradução de Nicolau Sevcenko e Ilutrações (fantásticas!!! Uma leitura visual distinta do universo de Alice e do jogo de baralho) de Luiz Zerbini. A edição é limitada, para colecionadores de plantão (eu agora tenho!!!!), vem numa caixa fofa. A capa é mais fofa ainda e sem texto na frente! E história é a clássica de sempre, mas com tradução nova e versões inéditas de poemas. Prova que o universo de Alice é mesmo um manancial de inspiração e leituras e releituras...


sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Julia & Julie & me






































Tinha um horário agendado no dentista às 18 horas de hoje. Como deixo o trabalho às 13 horas, programei um cinema para a tarde e passeios por lojas para ocupar meu tempo, até meu horário marcado com a dentista. Como já tinha comprado o livro Julie & Julia, e comecei a lê-lo há cerca de um semana (sim, eu leio várias livros ao mesmo tempo! Gosto de diversificar os gêneros de leitura, então estou sempre lendo algo referente ao meu trabalho, junto à algo mais clássico, algo mais leve, algo mais espiritualizado...e por aí vai), o que coincidiu com a extréia do filme com o mesmo nome em minha cidade, esta foi minha escolha cinematográfica de hoje.

O livro e o filme são baseados em duas histórias reais: a da blogueira Julie Powell, que em 2002 resolve relatar em um blog sua jornada doméstica ao fazer, em um ano, mais de 500 receitas de um livro de Julia Child, americana que morou em Paris no fim do anos de 1940, onde fez um curso de gastronomia francesa e, anos depois, se tornou um ícone na TV americana com seu programa de culinária.

Geralmente gosto de terminar a leitura do livro antes de ver o filme, mas dessa vez não resisti, pois um filme que trata de culinária, Paris e uma blogueira que busca se superar era uma combinação interessante demais para eu adiar. E foi delicioso (em mais de um sentido) conferir o filme na telona. Lógico que logo percebemos as alterações que ocorrem no roteiro em relação ao livro de Julie Powell, mas creio que a essência do livro foi mantida. E, no filme, há um grande foco na vida de Julia Child (representada magnificamente por Meryl Streep, que dispensa apresentações), seus anos em Paris e sua jornada para escrever e publicar seu livro de culinária. A Paris do filme é mais linda e nostálgica. Amei o apartamento parisiense de Julia Child e sua cozinha azul, quando retorna aos EUA. E amei o pequeno apartamento de Julie Powell e o estilo romântico da personagem (não creio que a verdadeira Julie Powell seja como a do filme; a do livro, por ela própria, me soou mais pragmática).

E ainda bem que não fui ver o filme com fome (no almoço eu comi feijoada)!!! As imagens gastronômicas são fabulosas e quase senti o gosto da manteiga, o cheiro do frango, a maciez do assado, a suculência da lagosta, a leveza do chocolate que cobria o bolo... Saí do filme querendo já ter meu apartamento e sua pequena cozinha prontos...Saí querendo voltar à feira da Mouffe, em Paris, e comprar os ingredientes para um jantar para amigos. Lembrei-me que algo que fiquei com muita vontade de fazer em Paris foi cozinhar. Quando fui ao Carrefour da Rue Monge, próximo ao meu hotel, enlouqueci com a diversidade dos ingredientes, com a beleza das embalagens, com os sabores disponíveis... Quando eu voltar a Paris quero ficar num studio com cozinha, para poder brincar de Julia Child...E assim como quero, no futuro, estudar história da arte em Florença, gostaria de estudar algo da culinária francesa em Paris.

Como não tenho a feira Mouffe parisiense aqui pertinho, fui a um local que não deixa a desejar e é tipicamente mineiro: o Mercado Central de Belo Horizonte (fotos aqui postadas). E daí pude ver no real o que o filme me inspirou: aromas, cores, utensílios domésticos diversificados...Inebriante!!!

Por fim, passeando pelo Shoping Diamond Mall, encontrei num quiosque um chá de lavanda, o que certamente me transportará de volta a Paris assim que eu experimentá-lo, e um capuccino à la italiana. As embalagens por si só já valeram a compra. Também fui ao supermercado e comprei um chá inglês (o clima chuvoso de hoje torno-me sedenta por chás, como percebem...). Estava orgulhosa de mim, pois tinha passado pela nova Livraria Leitura do Shoping Cidade (enorme, fabulosa, tentadora) sem comprar um livro sequer (ando viciada em compras de livros e preciso me conter), mas quando entrei na Saraiva do Diamond, dei de cara com o livro de Julia Child sobre seus anos em Paris...e com desconto! Resultado, mais um livro a ser lido em breve veio na minha sacola de compras.

Eu aqui, blogueando, falando de duas mulheres tão diferentes mas que se encontram em algum momento de suas histórias para fazerem uma nova. Duas mulheres, que vale a pena destacar, tiveram um apoio incrível de seus maridos singulares. Duas mulheres que fizeram da culinária um nova perspectiva de vida para si próprias e para os outros.

Boas e novas pespectivas são sempre bem vindas, seja na Paris que impactou Julia Child, na Nova York que abriga Julia Powell , ou aqui na minha Minas Gerais.

Deixo beijos amanteigados a todos que me lerem aqui...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Paris - Museu d'Orsay
















Uma dos meus estilos preferidos, no contexto da história da arte, é o Impressionismo. Foi esse estilo que me levou a colocar o Musée d'Orsay no meu roteiro em Paris. Escolha absolutamente feliz! O prédio onde se encontra o museu, por si só, é uma atração a parte: uma antiga estação de trens, feita em ferro e vidro. Deslumbrante! E sua coleções impressionista e pós-impressionista é uma overdose de obras legendárias. Aqui encontramos Renoir, Monet (o meu preferido), Manet, Van Gogh, Degas... Mas não só de impressionistas é feito o d'Orsay! Mais da metade do museu é dedicada a outros estilos e formas de arte: esculturas, fotografias, móveis... e o magnífico salão de baile, com seus espelhos e lustres incríveis (veja um dos espelhos numa das minhas fotos aqui postadas).

Com toda certeza, o d'Orsay é um imperdível de Paris. Para a gente se perder por seus andares e corredores e achar em nós mesmo o que pode dialogar com tanta beleza...





terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Arquitetura da Felicidade



Geralmente gosto de esperar que eu tenha lido todo um livro ou grande parte dele para comentá-lo... Porém, ontem comecei a ler um, dentre muitos outros que estou lendo, e foi amor à primeira linha! Então já me permito comentá-lo aqui. Estou me referindo ao livro "Arquitetura da Felicidade", de Alain de Botton. Quando comprei o livro, após ler algumas referências sobre ele em revistas de decoração, achei que o autor era arquiteto, e só agora, ao começar a ler o livro, soube que Botton é um dos grandes responsáveis pela divulgação da filosofia a partir dos anos 90. E gostei tanto do estilo dele já nos primeiros capítulos que li (onde já houve referências a Veneza, cidade que me impressionou justamente pela arquitetura diferenciada e singular; e ontem a mídia informou que o nível do mar subiu mais de um metro em Veneza. Resultado: à noite sonhei com a arquitetura e águas de Veneza) que já comprei um outro livro dele, que se chama A Arte de Viajar (falarei deste aqui assim que recebê-lo - comprei pela internet - e lê-lo).

Bem, deixe-me voltar à leitura... Antes, compartilho um trecho de "Arquitetura da Felicidade"com vocês:

"Ao construir uma casa ou decorar um cômodo, as pessoas querem mostrar quem são, lembrar de si próprias e ter sempre em mente como poderiam idealmente ser. O lar, portanto, não é um refúgio apenas físico, mas também psicológico, o guardião da identidade de seus habitantes."

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Ladurée












Um dos motivos de ir a Paris, foi, sem dúvida, poder ir a Ladurée... Depois que vi Maria Antonieta (o que Sofia Copolla dirige), depois de ver em tantos blogs e sites um pouco dessa francesa, eu só pude desejar estar lá, e lá estive. E trouxe macarrons deliciosos na bagagem e lembranças (que pude registrar um pouco nas fotos que aqui postei) da loja que pude conhecer, na Champs Elysées. Confira os endereços e o outros detalhes no site da Ladurée: http://www.laduree.fr/public_en/maisons/maisons_accueil.htm
Como percebem, as lembranças de hoje são infinitamente doces...

































domingo, 29 de novembro de 2009

Metropolitain











Tenho um amigo do Estado do Rio que sempre implicou comigo, dizendo que em Belo Horizonte nosso metrô não é metrô, é trem... Sempre o refutei, inflamada, afirmando que o fato de nosso Metrô ser inteiramente de superfície não o desmerecia... Mas nessa sexta, indo para uma reunião de trabalho no extremo oposto de onde moro, e depois de esperar muitos minutos pelo metrô e gastar mais minutos ainda para chegar, pensei: realmente, aqui não temos metrô, ô trem ruim, sô!
Isso porque conheci Paris, e seu Metropolitain: Metro, para os íntimos. Logo no primeiro dia, comprei meus 10 bilhetes para o Metro ( comprando 10 se paga menos) e foi esse o meio de transporte que usei por lá. E amei a experiência! Há metrôs e estações para todos os gostos e estilos: dos mais modernos aos mais retrôs, do mais conservados aos mais com marcas do seu tempo... Como, muitas vezes, pegamos dois, três metrôs para se chegar a um destino, devido as "correspondances" (mas mesmo mudando de linha, desde que você não cruze a "sortie", você sempre pode fazer isso com um único ticket de metrô, que tem que manter junto de você caso haja fiscalização, hem?) dá para perceber as diferenças entre as linhas e estações: há vagões onde se precisa apertar ou girar uma alavanca para a porta se abrir, outros são automáticos; há estações gigantescas, onde parece que nunca chegaremos ao local da linha que buscamos, mas após escadas, esteiras rolantes e mais escadas, ufa, eis a linha que preciso!; na linha 14 há proteções de vidro entre a plataforma e os trilhos, que se abrem automaticamente quando o metro pára; há estações com elevadores gigantes para nos levar de volta à superfície, mas, no geral, é uma academia grátis para fortalecer as pernas.
Encantou-me as músicas, tocadas ou cantadas, nas estações ou dentro do vagão. Na minha primeia viagem, fui agraciada logo por um samba. No penúltimo dia, entrou uma Piaf contemporânea, que só com a voz parecia carregar toda uma orquestra na música...E, no último dia, para fechar classicamente, houve o violinista tocando o tema de "O Último Tango em Paris" (foto acima).
Encantou-me observar as pessoas, as mais simples, as mais sofisticadas, os homens, as mulheres, os velhos, as crianças... As pessoas estão sempre lendo no metrô, o que também acho encantador, sendo eu a leitora que sou.E nunca esperei mais de um minuto para embarcar, em qualquer estação, em qualquer "correspondance"... E a velocidade do Metrô era perfeita, muitos kilômetros por hora além do nosso trem mineiro...rs
Um francês me disse que era fundamental ter carro para viver em Paris...Talvez para ele, que more na periferia e valorize demais status e aparência...Mas eu achei o Metro tão eficiente, que um carro não me faria falta lá não (na minha volta, para ir ao aeroporto de carro, peguei até congestionamento!)...E aqui estou eu, em Minas, sonhando com um Metropolitain para chamar de meu...
PS: Em Milão também usei metrô e esse também foi muito eficiente, para não ser injusta com minha queria Itália...Mas como em Paris eu usei mais, muito mais, pude observar mais e ter mais o que contar.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Amor à Italiana


Quando ela estava chegando a Roma, no ônibus começou a tocar a música que abre o filme Dio, Como ti amo. Imediatemente ela se lembrou da amiga que viu um filme e lhe escreveu sobre o amor acontecer na Itália... Será que aconteceria com ela?
Ela estava em seu segundo dia em Roma, à tardinha, na Piazza Navona (onde ficam os cafés mais caros de Roma), ouvindo os músicos locais, observando o sol, refletido no topo dos telhados naquele fim de tarde, e pensando na alegria de estar ali, vivendo seu sonho. O sol iria se por em alguns minutos e ela, então, resolveu ir para as margens do Tibre observar o dia se indo. Daí, no fim da praça, como é costume de todos falarem quando ja é a tardinha e à noite, seja nos comércios ou mesmo nas ruas, um homem lindo e jovem diz a ela "buona sera", o que ela responde apenas com um "olá" ("olá"?-ela pensou: "Agora soei como uma espanhola! Onde está o meu 'buona sera!' dito tantas vezes outrona numa pronúncia tão elogiada?").
Ela continuou andando, tranquila, e dois quarteirões depois o bonito do "buona sera" surge ao seu lado, surpreendendo-a. Ele pergunta a ela, em italiano, se ela era espanhola (claro que rlr pensaria isso após o "olá" dela) e começaram a conversar. Ela explica que é brasileira. Ele fala que é solteiro, pergunta se ela também o é, e o que ela não sabia falar em italiano ela dizia no inglês, já que ele não conhecia o português. Disse a ela que em 20 minutos terminaria o trabalho (como garçon num dos cafés da piazza Navona) e pede a ela que o espere para que possam conversar mais. Ela aceitou, depois dele ser tão gentil ao pedir!
Ela voltou com ele até a piazza e escreveu em seu diario de viagem, sentada num dos bancos da piazza, enquanto o esperava. E, pontualmente, ele foi até ela, parecendo um James Dean moderno em sua jaqueta de couro, seu andar descontraído, as mãos nos bolsos da jaqueta, os cabelos negros tão bem penteados, os olhos castanhos-esverdeados, sob espessas e marcantes sobrancelhas, procurando por ela. Foram andando por Roma.
Ele a acompanhou ate o local onde ela encontraria seu grupo de excursão: em frente ao Castelo de Sant' Angelo, de onde ela e o grupo seguiriam para o Trastevere (onde a noite de Roma acontece e onde, ele disse depois a ela, ele morava). Conversaram sobre suas vidas, famílias, ele a elogiando, insistindo para que voltasse a sair com ele após o passeio com o grupo... Pediu o telefone dela. Pegou a mão dela quando pararam às margens do Tibre, com o sol se pondo em Roma. E a beijou, justamente em frente ao Castelo onde há uma cena no filme Candelabro Italiano, onde a personagem é beijada e fala sobre os sinos tocarem quando se beija o homem certo... E também, em frente a esse Castelo, os personagens de Audrey Hepburn e Gregory Pecky, em a Princesa e o Plebeu, têm uma cena especial. Após o beijo, ela não pôde recusar o convite para se verem mais tarde.
Ele foi novamente pontual, marcaram na estaçao Termini, perto do hotel dela.Foram a um café, ele tomando seu prosecco e ela seu vinho branco; ele já insistindo para vê-la no dia seguinte, que seria domingo, quando ela voltasse de Nápoles. O jeito que ele a olhava, sempre nos olhos, lá no fundo, e sempre a elogiando, fez seu coração derreter, e seu corpo se aquecer... e se beijaram. E se amaram no noite romana. E ele disse a ela:"ti amo".
No dia seguinte, ele ligou para ela. Confirmaram o encontro mais tarde. E voltaram a se ver na noite romana, e voltaram a se amar na noite romana, ele pedindo para ela ficar, para voltar depois à Itália, repetindo e repetindo que ele iria ao Brasil para vê-la... Ele a chamou de "piu bella", "carina", repetiu a ela que a amava. Ela ensinou a ele o significado de saudade... Ele insinou a ela lições de anatomia em italiano...Ele não queria deixá-la, ela não queria, mas precisava ir... E ela se foi...
Fim?

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Efeitos da viagem






















Uma amiga de faculdade me relatou que há mais de 10 anos também fez uma viagem pelo velho mundo e afirma que até hoje carrega as marcas dessa experiência. Estou certa que comigo será assim também!!! Aquela bagagem que não pesa na alfândega, como um outro amigo me disse, a bagagem da cultura, das histórias, da arte, das amizades, dos amores, das belezas, dos conhecimentos, deixa a gente impreguinada de ótimas sensações. Nem o que poderia significar uma decepção nessa semana me abalou, só consigo ver o lado bom e belo das coisas e das pessoas, só consigo me sentir realizada e plena. Para isso, minhas perdições foram os museos, as ruas, as paisagenes e, sobretudo, as pessoas!












Mas claro que também, como mulher e humana, trouxe vários ítens bem materiais na bagagem: fui com uma mala, voltei com duas. Comprei mais para minha casa do que para mim, mas comprei para mim. Também comprei para os outros, adoro presentear, surpreender (e poucos conseguem me surpreender realmente...rs). Minhas perdições maiores foram as feiras, os muranos, as comidas (e gelatti!!!), a Ladurée e as livrarias...Ah, as livrarias...









Compartilho umas fotos aqui dessas perdições...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Paris, a minha


Minha primeira tarde em Paris foi nublada. Deixei as malas no hotel, já no meio da tarde, e fui ao Montmartre para sentir a verdadeira Paris: andar, metrôs, conhecer um parisiense angelical, chegar, já estar na noite, descobrir as escadarias da Sacré Couer, subir, arfar, perder o fôlego com a vista, comprar souvenirs, tirar as fotos, entrar durante a missa em francês (estou na França!), chorar, rir ao sair, falar com outro novo parisiense que se torna um meu guia temporário, ir a Place du Tertre, passar na porta do Museo de Dali, ver o Moulin de la Galette, Monoprix, finalizar no Moulin Rouge...Não! Não finalizei, tudo apenas começava. Paris me reservou dias incríveis e até céus azuis. Sua noite, suas luzes, seus prazeres (foi como ter um garoto de programa de graça...rs). Trocadero. Iluminada. Os museos Rodin, Louvre e d'Orsay me acolheram e me inebriaram. Les Invalides. Tuileries e roda gigante sendo montada. Ópera. Tentação nas Galerias. As ruas do Quartier Latin, numa manhã de chuva, soaram-me mais medievais e misteriosas. Beijos. Thermes de Cluny. Flores nos jardins de Luxemburgo. Sobourne. Pantheon. As catacumbas estavam fechadas (devido a vândalos), então voilá: cemitério de Montparnase para dar um oi-adeus a Sartre e Beauvoir.Metrô, sempre. Sigo a linha rósea.Livrarias. Antiquários. Brechós de luxo. As ilhas, la Cité e St Louis, me conectaram com meus arquétipos mais singelos. Notre Dame suntuosa. Sorvete. Vinho rose. O Sena hipnotiza. O outono colore meus olhos. Bateau. Quiche Lorraine e Creme Brulé. Alimento o corpo e minh'alma. Perfumes, cremes, L'occitane. Gravuras vintage. Os caminhos se abrem e não pego fila em lugar algum, subo na Torre e avisto Paris em toda a sua extensão. Voei. Caminho pelo Champ du Mars. Tentam me dar o golpe do anel (mas quem lê muito antes de viajar pode até consegue prever cenas assim) e, obviamente, não caio nele. Feira. Feira de novo. E de novo. Crepe. Chocolate quente. Baguete. Croissant. Você. Eu. Ele.Intercorrências para os outros me protegem. Perguntam-me se sou italiana, se sou francesa: sou de lá por hora. O italiano me aborda na rua parisiense. Todo o meu mundo é ali agora. Banheira, sais, relaxo. Em Vincennes, me imagino com capa e espada. O homem que me vende a Eclair elogia meu país e nosso futebol. O homem na rua elogia a mim. No caminho para a Bastilha, no metrô, o violinista toca a música tema de "O Último Tanto em Paris", como um prenúncio do que terminaria ali: descubro que não era sapo, nem príncipe, só não era de verdade. Sobretudo vermelho. Le Marais, Vosges, Halles. Madeleine. Champs Elyse. Carro do presidente. Laduree. Macarrons!! A minha outra vida começando. Sinto, agora, que o tango é o primeiro em Paris e não o único (e a música tema daquele filme tocaria de novo no meu desembarque no Brasil). A mãe passeia com o bebê no seu carrinho e pára para me ajudar com as fotos. Um au revoir definitivo para o personagem. Um at bientot sincero para a cidade verdadeira. Gentilezas, sempre. Bonjour Madame, cotidiano. O meu merci ,eterno.

domingo, 22 de novembro de 2009

Ainda sobre anjos, mas também sobre demônios - literatura e vida real.


Cheguei de viagem e o último livro de Dan Brown, O Símbolo Perdido, havia chegado à minha casa (adoro comprar livros na Livraria Travessa, do Rio de Janeiro, pela net...Um vício!). Lembrei-me que,na viagem, no Vaticano, Roma e Paris, remeti-me o tempo aos livros desse autor, sobretudo "O Código da Vinci" e "Anjos e Demônios". Impossível estar em Paris e Itália sem lembrar de toda a literatura que tive contato que tinha como cenários estes lugares: " O Nome da Rosa", "Conspiração Franciscana", "Os Miseráveis". "Sob o Sol da Toscana", "Abril em Paris", "Paris é uma Festa", "O Corcunda de Notre Dame", "A Cerimônia de Adeus", "Comer, Rezar e Amar", "A Misteriosa Chama da Rainha Loana", "Morte em Veneza","Traçando Paris", "Viagem Sentimental"...Todos estes eu li antes de viajar, para já viajar neles. E agora vou ler o Símbolo Perdido, que tem a mesma fórmula de suspense usada pelo Brown nos livros anteriores, repetida (um simbologista, uma mulher inteligente e bonita, alguém assassinado ou desaparecido, seitas secretas...), mas que nos mantém ainda assim preso a cada página.


Agora, o difícil é conformar quando descobrimos os vilões, como os da literatura, na vida real...

sábado, 21 de novembro de 2009

Casos e acasos


Só tenho boas e muitas histórias a contar sobre as pessoas que conheci na Itália e Paris. O grupo com quem viajei na Itália era nota 1000, e o guia e motorista lindo também! Em Milão, o rapaz que me ajudou a usar devidamente a máquina que vende os tickets para o metrô contou-me que morava com um brasileiro assim que percebeu que eu era uma, e me acompanhou, e também ao casal de BH que conheci lá, até a estação que desceríamos (nossa primeira viagem de metro na Itália, em Milão). No dia seguinte, a moça com que confirmo a rua do Teatro Scalla, quando digo que sou brasileira, começa a falar em português, já que tinha morado um tempo em Curitiba. Em Veneza, o Senhor que me vendeu a luneta genovesa (feita ainda hoje como se fazia no época de Galileu, como pude comprovar depois no museo da História da Ciência em Florença) me deu uma aula sobre instrumentos de navegação (ele era um dos velhinhos italiano que eu queria trazer na bagagem). Os outros velhinho lindos foram o que me vendeu as rendas nas ruas veneziana e o que deu uma aula de confecção de Murano...


Em Florença, encontrei muitos brasileiros nas barracas dos Mercatos. Um deles, ao descobrir que eu era psicóloga, me deu um grande desconto no chapéu que comprei em troca de alguns minutos de terapia...rs E o chapéu na cor "viola" comprado, e que imediatamente passei a usar, fez tanto sucesso que na barraca seguinte o italiano galante me vendeu o vestido pela metade do preço... No fim da tarde, ao comprar material em legítimo papel florentino, Dimitri, o artesão, contou-me os caminhos que o levaram até aquele trabalho, sobre a filhinha que vive na Alemanha e frisou que melhor que "Lutiane' (amei ouvir meu nome em italiano...) meu nome deveria ser "Gratia", porque eu era piu graciosa...Ser graciosa me garantiu ótimos descontos nos artigos de papelaria também (ai, ai...além de tudo, fiz economias...rs). E, à noite, ao confirmar a localização da Vivoli (tido com o local do melhor sorvete italiano e foi mesmo um gelatto perfeito o que provei lá!) 0 italiano charmoso e mais velho queria me dar a informação acompanhada de um jantar...


Em Roma, houve o Amadeo, o intenso Amadeo que me contou sobre o seu Trastevere... ele já gosta de prosecco... E Antonio, o guia local, era um poeta incrível e amei mais a Roma que eu vi pelas descrições dele.


Em Nápoles, Pompeia e Capri a guia era uma das mulheres mais lindas (como as italianas se vestem bem, se maqueiam bem e andam super bem vestidas, até sobre bicicletas!), inteligentes e bem humoradas que conheci. A explicação dela sobre o sistema de sinalização fálica em Pompéia foi hilária. Tive vontade de fazer o curso que ela fez, sobre arte, história e geografia, conforme ela me explicou depois quando a questionei, para também ser uma guia local.


Em Paris, houve um anjo no metrô também: um jovem lindinho, de barba bem aparada, educadíssimo, que só ao me ver parada em frente à maquina-esfinge (se eu não a decifrasse, talvez ela me devorasse...rs Ela não era como as da Itália!) para comprar meu carnet com os 10 bilhetes de metrô, se ofereceu para me ajudar, teve paciência quando a máquina não queria aceitar meu dinheiro (juro que a nota era verdadeira!), me esperou pagar com o Visa, e ficou comigo na maioria das correnpondences que eu fiz! Depois só pude tirar o metrô de letra! Para ele eu fiz questão de frisar, em inglês, que ele fora "my angel", pois eu nem tinha pedido ajuda, ele é que se ofereceu e ele fez tanto por mim! Depois houve o Omar, charmoso, altivo e grisalho, que me acompanhou por ruas em Montmatre e queria finalizar o passeio com um vinho... E Umberto, o romano estudante de arquitetura, que me aborda na saída do Louvre, me conta um pouco sobre a vida dele e segue quando recuso seu convite para jantar... Além disso, na maioria dos comércios, hotéis, nas ruas, tive sempre os melhores dos sorrisos, os maiores dos elogios ao Brasil e a minha pessoa.


Afirmo: mulheres, se estão com problemas de auto estima, deêm um pulinho na Itália ou Paris para se sentirem piu maravilhosas! Mulheres, se querem arrumar companhia, não precisam de qualquer esforço, basta flainar por ruas italianas e parisienses que homens lindos e gentis vêm até você...


Ah, e aos que pensam que, sendo eu uma mulher solteira, livre e desimpedida, fiquei louca ao recusar tantos convites para jantares, proseccos e vinhos, calma: eu soube aproveitar!

Fui tratada imensamente bem e, em muitos casos, de forma extremamente especial, por todos na Itália e Paris... Quem disse que eles são mais educados???? Talvez ajude abordar a todos sempre com um sorriso (apesar de que muitos eu nem abordei, eles é que me abordaram com a melhor de suas intenções e grande sorriso): gentileza sempre gera gentileza!
E falando sobre anjos, deixo aqui a foto que bati no castelo romano que homenageia a eles!