sábado, 25 de junho de 2016

Para mim, Praga é branca!

 Na minha viagem à Europa nesse ano, passei quatro dias em Praga. Poderia ter aproveitando mais a cidade, mas a neve dificultou as caminhadas que eu amo fazer e houve uma questão de saúde a ser contornada nos meus dias na capital da República Theca. Ainda assim, como podem conferir pelas fotos, pude pousar meus olhos em incontáveis belezas! Praga é a cidade de um Castelo lindo pousado na colina, da Ponte Carlos, do relógio astronômico, de uma Ópera Estatal incrível (onde assisti a uma produção primorosa de  " O Barbeiro de Sevilha"), de ruas medievais, de um grande cemitério judeu... Mas o que mais me recordarei é certamente da neve que encobria a cidade  nos dias que lá estive e deixara  Praga com um ar de mais mistério e romantismo.



































sexta-feira, 17 de junho de 2016

Noite de poesia e enlaces

Fiquei mais tempo sem escrever do que o de hábito, envolvida com um workshop profissional e com novas (e encantadoras descobertas) a nível pessoal. Hoje estou assimilando a notícia da morte trágica de um familiar, ocorrida ontem, mas ainda assim queria compartilhar aqui um momento feliz e muito importante para mim - pois a vida é feita de dores, mas também de delícias.

Nesse último dia 15 de junho, houve a Noite da Poesia e da Cachaça, no quintal da casa onde funciona a Editora Lê, aqui em Belo Horizonte, e um dos meus poemas foi escolhido para compor o texto que fora interpretado por alguns atores, na apresentação principal desse evento. Na parte final, os versados em prosa ou poesia que se encontravam na plateia poderiam declamar algo para o público presente; foi quando meu amigo e ator, Fabiano  Persi, declamou um outro poema meu, numa linda homenagem, e eu, saindo da minha constante introspecção (após incentivo do escritor e  meu professor de Oficina de Escrita Literária, Ronald Claver, e outros queridos presentes) li mais um outro poema meu. Abaixo, vou compartilhar o poema "Vezes", que esteve presente no texto  composto para a apresentação  do evento (em meio a  textos  de autoria de Millor Fernandes, Olavo Romano - que também estava presente e nos brindou com alguns de seus "causos" mineiros -, Drummond, dentre outros).

Ali, tendo minhas palavras (organizadas em versos) sendo acolhidas por desconhecidos e por afetos (antigos e novos) senti-me verdadeiramente uma POETISA.

Vezes

Só dessa vez
ela cedeu
no quarto dos fundos
do hotel decadente
no meio da tarde
quente e úmida.
Ele era todo frescor
em sua negritude e músculos
e ela dizia para si
que seria só dessa vez!
Mas na semana seguinte
ele telefonou
e repetiu o convite
e ela foi, dizendo,
só mais uma  vez.
Semanas viraram meses
e ela pensava nas tardes e o queria
mais uma vez
e ela o teve e se deu
pois não só as tardes
eram quentes e úmidas.
Naquele dia, porém,
ele a beijou num adeus
que dizia ser a última vez.
Ele queria sentimento
ela só prazer
mas, fingindo afeto,
pediu a ele
uma outra vez.
Ele cedeu.
Tardes, Fundos, Hotel
Quente, Úmida
Amanhã, talvez, Amor!
Mas hoje, mais uma vez?