domingo, 29 de novembro de 2009

Metropolitain











Tenho um amigo do Estado do Rio que sempre implicou comigo, dizendo que em Belo Horizonte nosso metrô não é metrô, é trem... Sempre o refutei, inflamada, afirmando que o fato de nosso Metrô ser inteiramente de superfície não o desmerecia... Mas nessa sexta, indo para uma reunião de trabalho no extremo oposto de onde moro, e depois de esperar muitos minutos pelo metrô e gastar mais minutos ainda para chegar, pensei: realmente, aqui não temos metrô, ô trem ruim, sô!
Isso porque conheci Paris, e seu Metropolitain: Metro, para os íntimos. Logo no primeiro dia, comprei meus 10 bilhetes para o Metro ( comprando 10 se paga menos) e foi esse o meio de transporte que usei por lá. E amei a experiência! Há metrôs e estações para todos os gostos e estilos: dos mais modernos aos mais retrôs, do mais conservados aos mais com marcas do seu tempo... Como, muitas vezes, pegamos dois, três metrôs para se chegar a um destino, devido as "correspondances" (mas mesmo mudando de linha, desde que você não cruze a "sortie", você sempre pode fazer isso com um único ticket de metrô, que tem que manter junto de você caso haja fiscalização, hem?) dá para perceber as diferenças entre as linhas e estações: há vagões onde se precisa apertar ou girar uma alavanca para a porta se abrir, outros são automáticos; há estações gigantescas, onde parece que nunca chegaremos ao local da linha que buscamos, mas após escadas, esteiras rolantes e mais escadas, ufa, eis a linha que preciso!; na linha 14 há proteções de vidro entre a plataforma e os trilhos, que se abrem automaticamente quando o metro pára; há estações com elevadores gigantes para nos levar de volta à superfície, mas, no geral, é uma academia grátis para fortalecer as pernas.
Encantou-me as músicas, tocadas ou cantadas, nas estações ou dentro do vagão. Na minha primeia viagem, fui agraciada logo por um samba. No penúltimo dia, entrou uma Piaf contemporânea, que só com a voz parecia carregar toda uma orquestra na música...E, no último dia, para fechar classicamente, houve o violinista tocando o tema de "O Último Tango em Paris" (foto acima).
Encantou-me observar as pessoas, as mais simples, as mais sofisticadas, os homens, as mulheres, os velhos, as crianças... As pessoas estão sempre lendo no metrô, o que também acho encantador, sendo eu a leitora que sou.E nunca esperei mais de um minuto para embarcar, em qualquer estação, em qualquer "correspondance"... E a velocidade do Metrô era perfeita, muitos kilômetros por hora além do nosso trem mineiro...rs
Um francês me disse que era fundamental ter carro para viver em Paris...Talvez para ele, que more na periferia e valorize demais status e aparência...Mas eu achei o Metro tão eficiente, que um carro não me faria falta lá não (na minha volta, para ir ao aeroporto de carro, peguei até congestionamento!)...E aqui estou eu, em Minas, sonhando com um Metropolitain para chamar de meu...
PS: Em Milão também usei metrô e esse também foi muito eficiente, para não ser injusta com minha queria Itália...Mas como em Paris eu usei mais, muito mais, pude observar mais e ter mais o que contar.

4 comentários:

  1. Jurava que eu tinha postado sobre o Metrô..rsrs
    Sabe Lú eu moro em Contagem também e gosto do Metrô, principalmente da "quarta-cultural", nada que se compare ao Metropolitain...mas é bem legal.Toda quarta tem uma banda,cantor(a), a música normalmente é boa.Agora não tô acompanhando mais por causa das aulas.
    Obrigado por me seguir no blog..
    bjokas lindona..

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  2. Ai ,Lu que espetáculo,vc quase conseguiu tirar a fobia que tenho de metrô.O nosso de São paulo também é muito eficientef embora tenha acontecido uma grande infelicidade,não são pelas pessoas,(tambem) é que Paris não tem o tamanho de São paulo e nem a quantidade de gente,e inventaram um tal de bilhete único, e ai, minha querida Lú ,não há violinista nem uma Piaf cantando para o nosso deleite,mas umas crianças que entram nele(as escondidas e colocam em cima do nosso colo um pedido de ajuda,se fingem de surdos, mudos e etc.mas um dia na estação São bento do lado de fora ao lado mesmo,não estava na entrada, surgiu uma moça tocando violino,com a música Eu sei que vou te amar...nossa aquilo ali fêz com que as pombas que ficam em fente a Catedral da São Bento voassem pra todos os lados, talves de felicidade,no meio do barulho infernal um violino, nos encantando...mas ela foi tirada de lá...Eu não sei o que acontece neste País, eles não valorizam a arte, a cultura, seja ela manifestada do jeito que quissserem parece que é proibido,acho que eles gostaria de cobrar uma taxa.Ah! você deveria escrever um livro sobre suas viagens, escreve de um jeito simples e parece que eu estou em cada lugar e comendo aqueles docinhos.\Posso roubar algumas destas fotos para mim e colar em minhas imagens?Será o único jeito de ter Paris.

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  3. O Thaís,
    Fiquei aqui imaginando a linda música da violinista sendo interrompida subitamente e isso nos frusta tanto, não? Concordo, temos sim que aprender a valorizar mais a arte e a cultura em nosso país, lhe dar o seu devido lugar.Quanto a escrever sobre viagens, contento-me por hora em alimentar o blog e compartilhar com os que estimo o que escrevo, mas no futuro, quem sabe? Obrigada pelo carinho de suas palavras e pode copiar as fotos sim, querida.

    Já usei o metrô de São Paulo e concordo que ele também é eficiente. Mas, como muitas coisas ainda no BRasil, falta-lhe um certo encantamento, que foi o que senti no de Paris...Felizmente, porém, em nosso país há muitas outras coisas para também nos encantar e também falarei delas por aqui...O blog é novo, tenho muito ainda o que dizer! Beijos.

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  4. Sandra,
    Ainda não fui a nenhum evento de nossa "quarta-cultural" mas é bom resgistrar essas iniciativas que dão um colorido amais ao nosso cotidiano. Obrigada por compartilhar, beijos.

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