sábado, 6 de julho de 2013

Eu não sou normal

Apesar de trabalhar numa área que precisa lidar com diagnósticos e certas padronizações, definitivamente eu não sou o tipo de pessoa que faz as coisas apenas porque todos fazem ou porque é algo da moda. Sou demodê, de um certo modo: gosto com coisas com jeito de antiguinho, lugares repletos de história, com cheiro de "tempo".  Em relação à roupas, sou ligada a itens mais clássicos, com um jeito vintage, e adoraria ter vivido na era vitoriana; e posso ate comprar algo "da moda" ou "de grife", mas somente quando isso vai de encontro ao que valorizo ou já tenho hábito de comprar.

O que é o normal? O normal é o mediano, o regular, o comum, o ordinário... E tudo que foge à "média" tende a incomodar, por não ser o usual. Então já percebi que incomodo algumas pessoas por me furtar a grupinhos de fofoca, por gostar de estudar quando tenho um tempo sem atendimento no trabalho, por não assistir TV frequentemente, por não ter um carro e usar transportes públicos, por não querer fazer dívidas e ser feliz com minha vida simples, por não trabalhar o dia inteiro, por ser capaz de saborear minhas férias, por não reclamar dos dias mais frios, por gostar de cozinhar e levar meu almoço para o trabalho, por não ser apegada ao "poder" só para manter um alto salário, por fazer coisas "sozinha" (como viajar, ir ao cinema, ao teatro! Não que eu não aprecie companhia, mas se não a tenho, por algum motivo, não deixo de fazer o que gosto por falta de alguém para ir comigo!), por gostar dos meus cachos e nunca ter feito uma progressiva...etc e etc Sim, incomodo a algumas pessoas, mas tenho tentado não me incomodar com isso! E respeito o gosto e estilo que cada um escolhe para sua vida, mas só não venham dar palpites no meu estilo, porque daí serei obrigada a ser sincera de dizer que cada um deve fazer o que gosta e valoriza!

Meu filho já absorveu essa minha característica e um dia, quando falava de um episódio ocorrido na escola dele, ele me disse: "mãe, você está sempre me ensinando que ninguém deve ser igual a ninguém, que cada um é cada um"...E com essa fala ele queria demonstrar que não estava se importando com comentários que ele tinha recebido de alguns colegas. E fiquei feliz demais ao ouvir isso, porque um legado assim é o que priorizo deixar para meu filho.

Não, eu não sou normal. Mas estou tão confortável nesse papel! E geralmente minhas maiores provações estão justamente relacionadas à momentos em que eu deveria me forçar a ser mais "normal"...

Deixo aqui uma foto de minha passagem por New York: porque foi um dia cinzento, frio, mas contrariando a maioria, foi um dia que eu achei absurdamente lindo!

Não, não sou normal... Sou singular.  E você também é!

Um comentário:

  1. Lu,

    Mais uma vez, para variar, não tenho como não concordar com você.

    Ah, a era vitoriana... acho maravilhosa! As roupas, as ferrovias (acho aquelas locomotivas a vapor a coisa mais linda do mundo!), as construções e até o lazer que eles tinham: tocar um instrumento musical, ler, reunir-se em família. Escrever cartas é outro costume extinto, infelizmente. Adoro uma bela caligrafia, mas atualmente as pessoas não se importam com isso. Acham que o computador faz tudo, mas está longe de ser a mesma coisa.

    Também não gosto de fazer dívidas e monto a minha casa para mim e para minha família, ao contrário das pessoas que fazem tudo para mostrar seu status para os outros (como arquiteta, vejo isso com uma frequência assustadora).

    Infelizmente hoje em dia o sucesso das pessoas é medido pelo dinheiro. Ninguém pensa nos valores morais, se fulano é bom pai/boa mãe, se é honesto, enfim, se é uma boa pessoa. Sucesso é sinônimo de dinheiro e status, e isso é muito triste.

    Como você, tento passar meus valores para meu filho. Às vezes não é fácil, porque a educação de algumas crianças da escolinha dele é bem conflitante com a nossa. Por outro lado, é bom que ele perceba essas diferenças desde cedo. Eu quero que ele seja uma boa pessoa não porque eu imponho regras, mas porque ele entende que ser bom é sempre a melhor escolha. Ser bom por convicção, sabe? Ser justo até mesmo quando a justiça for contra ele.

    Acho que também não sou normal, de certa maneira. Mas, como você me sinto muito confortável assim!

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