domingo, 26 de novembro de 2017

Abandono

 Percorrendo as estradas em Portugal, pude observar uma grande quantidade de casas abandonadas. São casas antigas, certamente cujos donos ou herdeiros não possuem dinheiro e/ou interesse para reformá-las.

Minha mente criativa ficava imaginando quem já teria morado naquelas casas, que alegrias aquelas paredes testemunharam, que tristezas as janelas vedaram...

Pude entrar numa destas casas abandonadas. Era enorme, pé direito altíssimo, com lindas janelas, assoalhos e escadas em nobres madeiras e o tempo corroendo tudo, porém. Soube que por ali passara uma milionária produtora de vinho, irmãos que muito brincaram em suas férias de verão, uma mãe que ensinava o filho a ler (um filho que se tornaria um colecionador e cuidador de livros), homens que muito perderam em jogos no cassino anexo... Por um minuto, fechei os olhos e pude ver ali um menino correndo pelo corredor, feliz e arteiro, sem saber que décadas depois, ele voltaria ali comigo para me contar suas histórias e refazer a história!





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