segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Como explicar meu amor pelo Porto?

 Acordei há pouco, ao som de gaivotas e de sinos tocando. Pelo tanto de sol atravessando a janela , imagino ser mais de 8 horas da manhã.   Adoro essa sinfonia de gaivotas e sinos. Ontem caminhei no entorno de onde estou me hospedando, região que  ainda não conhecia por aqui, e fui me deliciando com as descobertas: pequenas lojas com produtos personalizados, o aroma de assados vindo dos restaurantes, as tentadoras vitrines das pastelarias (nessa época, percebo a competição dessas pastelarias para venderem o melhor bolo rei, iguaria típica para as festas de fim de ano, bem presente  até dia 6 de janeiro, Dia de Reis), a pequena igreja antiga com sua fachada coberta de azulejos azuis, casas abandonadas  cujas janelas me permitem vislumbrar os detalhes de seus interiores que justificariam uma reforma carinhosa, a senhora  que começa a conversar comigo  no supermercado, enquanto  tento me decidir qual vinho levar em meio a tantas boas opções com preços mais que convidativos. E o pão?  Como pode algo tão simples ser tão saboroso?  Os pães aqui de Portugal nunca me decepcionam pela textura e sabor.

Em outro momento, a caminhada de ontem foi para testemunhar o por do sol numa das aréas verdes e lindas da cidade. Escolhi dessa vez os Jardins do Palácio de Cristal, de onde vi o sol despedir-se do Douro e deixá-lo sob um tapete de estrelas.(capturei as imagens dessa postagem durante esse momento).  É  inverno e o frio aqui me é muito confortável. Caminho com celular na mão para tiras fotos da cidade, sem aquele medo cotidiano, que me pesa na cidade que vivo no Brasil, de que serei roubada. Posso parar no Mercado Bom  Sucesso e comer um doce conventual, que tanto aprecio. Não irei para pista de patinação  no gelo na Rotunda da Boa Vista, pois o desejo de cozinhar para o jantar e para o vinho que me foi oferecido é  enorme. Depois de viver esses momentos do dia, repletos para mim de uma rica simplicidade, vou dormir relaxada e contente, deixando que as gaivotas me acordem e o dia me sussurre novas descobertas e vivências para mim, que só confirmam meu amor pelo Porto.

2 comentários:

  1. Maria do Rosário Nogueira31 de dezembro de 2018 às 22:43

    Luciane, vaguei com você pelas ruad e aromas de Portugal. Linda sua escrita. Mas voltei para nós, por favor. Feliz ano novo. Saudades

    ResponderExcluir
  2. Lu, às vezes acho que nas viagens nós nos transformamos no que gostaríamos de ser, temos a vida que gostaríamos de ter.
    Infelizmente nosso país não nos oferece tantas coisas que vemos no exterior! Curta muito aí! E que venham muitas viagens mais!

    ResponderExcluir

Oi, vou adorar que vocês também compartilhem comigos suas reflexões...