domingo, 11 de outubro de 2009

Rome Adventure


Uma amiga me mandou um torpedo outro dia, recomendando-me esse filme, que eu deveria ver antes de viajar a Itália, e citando que lá é "onde o amor acontece". Se esperar pela festa é melhor que esta, viajar antes da viagem propriamente dita, seja pela literatura ou pelo cinema, me é uma forma de já estar lá.
Minha ligação com a Itália é algo de anos. Brinco que minha alma é uma alma antiga, pois adoro saber do que aconteceu antes de mim (como mulher curiosa que sou), do que toda a história contém, e, nesse sentido, a Itália me soa perfeita, tanto pelos seus milênios de relíquias humanas, vindas desde os etruscos até ao designer contemporâneo, tanto pelas explosões artísticas das quais foi berço. O Renascimento, por exemplo, me enaltece. O musicalidade do idioma italiano me soa como aconchego. Autores como Dante e Eco representam, para mim, um ápice na literatura. A paisagem da bota, seja à altura dos Alpes Dolomíticos e Apeninos, ou os vulcões, campos toscanos, litorais mediterrâneos - como a Costa Amalfanita, lagos, a Veneza adriática, os monumentos, enfim, tudo na Itália tem o poder de me envolver e me faz desejar estar lá. Por isso, estou certa que minha viagem para lá em novembro vai ser a primeira de muitas. E talvez, um dia, como Frances Mayes, autora de Sob o Sol da Toscana, eu também faça da região a minha casa, onde poderei caminhar diariamente em estradas etruscas, ir à feira para comprar alcachofras e trufas perfeitas, cozinhar pastas orginais, escrever poemas olhando os campos de girassóis pela janela, com a taça de um Brunello ao lado.
Rome Adventure é o título original de Candelabro Italiano, de 1962. Um filme com um quê feminista, mas incrivelmente romântico, para quem gosta do gênero. Os diálogos no filme podem ser poéticos, mas também são inteligentes: "é empolgante estar livre, mas também é assustador"; "voltar para casa mais triste, porém mais sábia", "eu o avisei que o nunca não existe". .. As cenas pela norte da Itália são perfeitas: piqueniques na relva, chalé nas montanhas, Arezzo, Davi de Michelangelo, vespa na estrada, lago Magiore, Orvieto... A cena onde dissertam sobre o movimento das gotas de chuva na vidraça é singular. Enfim, recomendo o filme para os românticos de plantão, independente do grau de interesse pela Itália.
Vou à Itália com a mesma expectativa que Wagner descreveu: "aqui meu coração sentiu paz e se encheu de esperança de um futuro novo e harmonioso". Quero a serenidade. No filme, Prudence, a protagonista, diz que lhe avisaram que quando encontramos o homem da nossa vida, ouvimos os sinos tocarem...Com tantas igrejas com sinos pela Itália, acho que vou ficar meio confusa...(risos!) Por isso, acredito que seja melhor (mais prudente, como sugere o nome da personagem) manter meu coração em arrebatamento apenas pelas CIDADES italianas! E há algo que eu posso confessar sempre: amo a Itália. E nem precisei estar lá para esse amor acontecer.

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